Entrevista com Joseph O’Connor, direto de Londres, exclusiva para IN COACHING (Revista Eletrônica da Sociedade Venezuelana de Coaching) – Vol. I, N°1, Janeiro-Março, 2018
Por Carola Rivas
Um Coach fora das expectativas
O primeiro entrevistado internacional da IN COACHING é o especialista de renome mundial em antropologia Joseph O’Connor, reconhecido Master Coach Trainer e consultor de grandes multinacionais, entre os quais destacam-se British Telecom, HP Invent e British Airways. O’Connor é um dos fundadores da International Coaching Community, comunidade que já certificou mais de 12 mil coaches em todos os continentes.
Ele é o criador da Lambent do Brasil e autor de 18 livros traduzidos para 21 idiomas. Ele é um dos autores mais lidos no campo da PNL, incluindo o best seller “Introdução à PNL” em co-autoria com John Seymour. Na Venezuela, seu livro “Coaching com PNL” escrito com Andrea Lages é um clássico para coaches profissionais ou em treinamento.
O’Connor é o criador da Auditoria Sistêmica, um processo de assessoria focado na solução de nós críticos em sistemas de negócios. Nosso entrevistado assume suas habilidades como especialista mundial entre Hong Kong, Londres, Singapura, Bruxelas, Madri e América Latina com a certeza dos grandes especialistas.
IN COACHING
Há uma questão essencial que devemos pedir a um treinador da estatura internacional de Joseph O’Connor: Atualmente, o que você considera são os desafios mais importantes para os coaches em todo o mundo?
Joseph O’Connor
O mesmo que sempre. Ajude seus clientes a se entender, a reconhecer que “o mundo é como é” e a se concentrar no que cada um pode contribuir. Para perceber que compreensão e amor em mais importante do que estar certo.
IN COACHING
De acordo com a sua resposta, quais poderiam ser as contribuições do coaching para o mundo?
Joseph O’Connor
Se olharmos para o mundo neste momento, tudo parece um desastre, pior do que nunca. Nesse sentido, provavelmente somos os mesmos que qualquer outra geração. O mundo evolui e evoluímos com ele.
Em vez de reclamar, precisamos continuar fazendo o melhor que podemos, como sempre. Esse é o nosso papel. Isso não significa que consideremos que o mundo está certo e nós damos nossa aprovação.
Os coaches não conseguem consertar o mundo, podemos tentar consertar pequenos pedaços daquilo que podemos influenciar. Se todos nós fizéssemos isso, o mundo definitivamente poderia estar em melhores condições.
IN COACHING
Então, como podemos gerenciar as expectativas da sociedade, dos nossos clientes quanto ao coaching?
Joseph O’Connor
Não sei quais são as expectativas da sociedade sobre o coaching. Tenho a presunção de que a sociedade não está interessada em coaching. Mesmo para mim, os clientes não se importam com o coaching. Eles só se importam se alguém os ajuda a resolver seus problemas, alcançar seus objetivos e viver uma vida mais feliz.
Esse é o problema básico das expectativas. Se as expectativas não forem cumpridas, as pessoas respondem com decepção, essa mistura tóxica entre raiva e tristeza. Eles agem como se outras pessoas estivessem obrigadas a cumprir suas expectativas.
Mesmo que a outra pessoa geralmente não saiba quais são essas expectativas. Mesmo quando suas expectativas são atendidas, você está preso na espuma das expectativas da sociedade. Vamos esquecer as expectativas! Fiquemos abertos ao inesperado e à criatividade. Não se preocupe com o que a sociedade espera de nós.
IN COACHING
Após décadas de difusão e expansão, você considera que os treinamentos evoluíram?
Joseph O’Connor
Não sei. Assim espero.
O coaching não é baseado em modelos ou ferramentas compilados. Sua essência tem a ver com a intenção sincera da pessoa de ajudar os outros e ser empática com eles.
Baseia-se na habilidade do coach em fazer perguntas ao cliente, para se questionar se poderia pensar nelas. A América Latina não é diferente do resto do mundo neste aspecto.
IN COACHING
Em nossa região, muitas escolas de treinamento foram abertas, como uma espécie de explosão onde há algumas muito boas e outras nem tanto. Qual sua opinião sobre essa situação?
Joseph O’Connor
Existem diferentes escolas de coaching predominantemente na Europa e na América Latina, e a cultura das pessoas é diferente em cada lugar. Os colegas precisam ser conscientes desse aspecto. Todos os países precisam de treinadores éticos e competentes. Como co-fundador da ICC, esta sempre foi nossa missão. Promover um exercício ético e competente em todo o mundo. Dizemos às pessoas “Junte-se a nós!” se desejarem.
AS FRASES DE O´CONNOR
“Eu não sei quais são as expectativas da sociedade sobre o coaching. Tenho a presunção de que a sociedade não está interessada em coaching. Mesmo para mim, os clientes não se importam com o coaching. Eles só se importam se alguém os ajuda a resolver seus problemas, alcançar seus objetivos e viver uma vida mais feliz.”
“Compreender e amar é mais importante do que estar certo.”
“Os coaches não conseguem consertar o mundo, podemos tentar consertar pequenos pedaços que podemos influenciar. Se todos fizéssemos isso, o mundo definitivamente poderia estar em melhor forma.”
“Se o treinador e seu cliente estão envolvidos na luta pela liberdade, quem são seus inimigos?
O que bloqueia essa mudança que o cliente deseja?
Na maioria dos casos, o inimigo é o hábito.”
“O problema das declarações públicas de incompetência é que outros acreditam neles. Como eles não esperam que você tenha sucesso, eles não lhe pedem perguntas. Pelo contrário, reforçam sua crença.”
Uma vez que começamos a jornada para tornar IN COACHING possível, o objetivo era entrevistar o icônico Joseph O’Connor. Ele é uma referência fundamental de coaching na Venezuela, toda uma geração de coaches venezuelanos foram treinados sob seus preceitos acadêmicos. Portanto, foi um desafio para toda a equipe concretizar esse objetivo.
Assim, graças à perseverança de nosso diretor para o parceiro da Zulia Region e da Treinadora Oficial da Venezuela-Panamá Leyla Suárez, conseguimos a entrevista ao Master Trainer O’Connor, um homem que cativa em cada frase e gera as reflexões necessárias para ampliar a visão do coaching e da vida.
Joseph, agradecemos o tempo que você nos deu para esta entrevista, receba nossa cordial saudação em nome de todos os treinadores que compõem a Sociedade Venezuelana de Coaching.
Texto:
Carola Rivas
Colaboradores:
Leyla Suárez
Ricardo Aquino
International Coaching Community
Para ler o artigo como foi publicado na revista, clique aqui (em espanhol)